The Good Place (2016–2020) | Resenha Crítica

Jennifer Ernesto
3 min readJul 16, 2024

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The Good Place é uma série de televisão norte-americana de comédia de fantasia criada por Michael Schur. Ela estreou na NBC em 19 de setembro de 2016 e foi concluída em 30 de janeiro de 2020, após 4 temporadas e 53 episódios.

É uma comédia filosófica fantástica em que 4 (quatro) pessoas morrem de forma comi-trágica e são enviadas para o “Bom Lugar”, no entanto, a personagem principal: Eleanor Shellstrop identifica que ela não deveria estar lá , uma vez que seus arquivos não condizem com a realidade que viveu na terra.

De fato: Eleanor, Chidi Anagonye, Tahani Al-Jamil e Jason Mendoza são os escolhidos para se auto torturarem no bairro em que passarão a eternidade, isto porque, eles estão no “Lugar Ruim” (Bad Place). A realidade vivida por eles é um experimento criado pelo Michael — que é um demônio (lula bola de fogo de mais de dois metros de altura) representado no corpo de um coroa gato grisalho de meia idade.

Ainda, para ajudar nessa experiência, um ser artificial que detém todo o conhecimento do universo é representado por Janet, a qual oferece assistência e atende todos os desejos dos residentes.

No decorrer da trama, é revelado que Jason não é um monge que fez voto de silêncio aos 8 anos de idade. Mas, um cara simples da flórida muito abaixo da média. Eleanor e Jason são os infratores óbvios do Bom Lugar, no entanto, Chidi e sua dificuldade de tomar decisões e o comportamento autocentrado e condescentende de Tahani demonstram aos poucos o quanto os 4 residentes não pertencem no Bom Lugar.

Eu tentei assistir a série pela primeira vez em 2018, no entanto, eu parei de assistir na metade da 2ª temporada. Para mim, o fluxo era um tanto lento e repetitivo e não fazia sentido. Quando a série entra no looping repetitivo de diversas tentativas de Michael de torturar os humanos, o ritmo vai se perdendo, uma vez que Eleanor descobre várias vezes (+ de 800x) que eles estão no Lugar Ruim.

Este ano (2024), eu decidi voltar nesta série e entender onde ela chegaria. O que eu não me arrependo.

Ok, eu a assisti fazendo diversas coisas ao mesmo tempo, porque a trama e as cores realmente não fazem o meu estilo para prender a atenção, mas na terceira e quarta temporada, a filosofia e a reflexão proposta na série vai ficando mais clara para quem assiste.

De forma geral, a série traz dilemas éticos e filosóficos sobre o que é fazer o bem e o mal, além disso, são demonstrados os fundamentos dessas atitudes para os seres humanos.

Um exemplo: quando os humanos estão de volta a estaca zero na terra – antes de morrer – Michael e Janet, sem querer, revelam a verdade sobre a vida após a morte: a existência do Bom Lugar e do Lugar Ruim. Neste ponto,,- pontuação dos humanos foi travada. Isto porque, a descoberta do que existe no pós-morte corrompeu as motivações para que aqueles humanos se tornassem verdadeiramente bons.

Entre diversas teorias filosóficas e misturas fantásticas e surrealistas da realidade, bem como os conflitos entre o antagonista Shawn — demônio rival de Michael, a juíza — ser artificial e supremo, os experimentos levam os quatro personagens principais ao verdadeiro Bom Lugar, o qual possuem problemas de outras natureza, como a finitude versus a eternidade.

É previsível que a cereja do bolo da série aconteça nos últimos episódios. Mas, as reflexões em volta da satisfação humana, do conhecimento e do mistério são interessantes e podem ser aplicadas na nossa vida.

Para mim, agora que o caminho narrativo foi revelado, a série ficou mais interessante. Quero assisti-la no futuro e me aventurar nos filósofos citados ao longo da trama, os quais podem ser utilizados como exemplos para futuras aulas em sala de aula.

A série é uma comédia dramático filosófica que dá o tom de como podemos viver melhor nossas próprias vidas — em todas as searas, mas principalmente, que nós humanos, como seres essencialmente sociais, temos o amor e a amizade como os principais fatores para nos tornar melhores.

(Jennifer Ernesto, 15.07.2024)

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Written by Jennifer Ernesto

Paulistana que anda de bike advoga e faz artes 🧶. Tentando me encontrar entre a política, a burocracia e a poética. Sou toda coração, mas também pragmática.

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