“O curioso caso de Benjamin Button”, F. Scott Fitzgerald | Resenha Crítica

Francis Scott Fitzgerald (1896–1940) nasceu em Saint Paul, Minnesota (EUA). Em 1920, casou-se com Zelda Sayre. É considerado um dos maiores nomes da literatura americana do século XX. É autor de Os belos e malditos (1922), O grande Gatsby (1925) e O último magnata (1941), entre outros romances e inúmeros contos.

Jennifer Ernesto
2 min read6 days ago
Foto: Jennifer Ernesto

O curioso caso de Benjamin Button foi inspirada na afirmação de Mark Twain: “uma pena que a melhor parte da vida viesse logo ao começo e a pior parte ficasse para o final”. Dessa forma, Fitzgerald inverte a lógica da vida, uma vez que o bebê do casal Button nasce com 70 anos, 1 metro e 73 centímetros de altura, uma barba proeminente e muitos cabelos brancos.

A família Button escolhe criar Benjamim (apelidado pejorativamente de Matusalém) como se nada de diferente tivesse acontecido, dessa forma é iniciada a socialização.

No começo da vida, Benjamim se sentia mais confortável com o seu avô. Depois, aos 25 anos e com a aparência de 50, estava na mesma faixa de energia que o seu pai. Foi nesta época que começava a tomar conta dos negócios da família — este trabalhava com ferragens, e apaixonou-se por Hildegarde Moncrif, a qual se interessava mais por homens velhos do que pelos mais novos.

Aos poucos, a vida de Benjamim vai ficando mais e complexa, nasceu velho, mas a sua tendência era envelhecer, ele caminhava na contramão do tempo das outras pessoas. Assim, ele ia tendo mais e mais vitalidade.

Foi para guerra quando não mais conseguiu tolerar as diferenças de energia entre sua mulher que envelhecia, entrou na faculdade com energia e prosperou nos esportes. Roscoe Button seu filho foi aos poucos tornando o seu pai, sua mãe foi morar em outro país, e a certa altura, os títulos verdadeiros iam se confundido. Até que mais novo que o próprio neto, ele foi caminhando para o seu fim.

O conto dramático é um exagero em relação à passagem do tempo. No entanto, pode servir de inspiração para reflexões sobre a sociedade contemporânea e a busca constante pela jovialidade, pela beleza e uma certa indestrutibilidade. Se de fato as pessoas tivessem o poder de rejuvenescer, será que gostariam dos impactos que a juventude pode causar em relação a si mesmo e aos outros?

O conto foi escrito em 1922 e traz elementos sociais da época em que foi escrito. O filme homônimo foi realizado em 2008 e possui adaptações na história apropriadas para o audiovisual, apesar de não perder a essência da história: a passagem do tempo.

Com poucas páginas e leitura rápida, pode ser uma boa opção para quem estiver com bloqueio de leitura.

Jennifer Ernesto, 27.06.2024

--

--

Jennifer Ernesto

Paulistana que anda de bike advoga e faz artes 🧶. Tentando me encontrar entre a política, a burocracia e a poética. Sou toda coração, mas também pragmática.